DUAS PALAVRAS SOBRE A DOENÇA DE CHAGAS
A figura ao lado, reproduzida do Professor Samuel B. Pessoa – 1951, mostra o protozoário Trypanosoma cruzi causador da Doença de Chagas. Essa doença atinge essencialmente coração e aparelho digestivo e foi completamente descrita pelo brilhante brasileiro Carlos Chagas, que identificou o protozoário no sangue de animais e do homem, descreveu a doença e identificou o transmissor, inseto do gênero Triatoma.
Carlos Chagas denominou o protozoário que descobriu, de Trypanosoma cruzi, sendo cruzi em homenagem a Oswaldo Cruz. Nos tecidos infectados assume a forma denominada em leishmânia como mostra a figura onde se representa a leishmânia no músculo cardíaco (Apud Prof. Samuel Pessoa -1951). No interior das fibras do coração, do esôfago ou do colon, desenvolve-se a doença: Mal de Chagas ou Doença de Chagas.
Triatoma infestans
(Apud Samuel Pessoa – 1951)
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O inseto que transmite a doença, infectado pelo Trypanosoma cruzi, habita casas de pau a pique, distribuindo-se amplamente no Brasil particularmente em Minas Gerais, interior do estado de São Paulo além de outros estados. O inseto é denominado popularmente de barbeiro ou chupança. O mal de Chagas foi descrito também na América Central, Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela. O inseto, geralmente a noite, deposita, sobre a pele da pessoa que pica, o agente transmissor (Trypanosoma cruzi), o que faz através de seus dejetos. Pela pele humana o agente entra para a circulação e se instala nos tecidos já citados.
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Carlos Chagas nasceu em Minas Gerais a 9 de julho de 1879 e faleceu no Rio de Janeiro a 8 de novembro de 1934. Foi médico e pesquisador notável. Combateu também a malária sobre cuja doença fez sua tese de doutorado no Rio de Janeiro onde se formou em medicina. Seus primeiros estudos se deram em São Paulo. A sua contribuição científica é de tal nível que rapidamente foi reconhecido na Europa, especialmente na Alemanha e França, bem como nos Estados Unidos. Recebeu diversos títulos e prêmios nacionais e internacionais. Foi amigo de Oswaldo Cruz e segundo diretor do Instituto Oswaldo Cruz. Sobre ele escreveu Oswaldo Cruz “ O descobrimentos desta moléstia constitui no mais belo exemplo do poder da lógica a serviço da ciência. Nunca até agora, nos domínios das pesquisas biológicas, se tinha feito um descobrimento tão complexo e brilhante e, o que mais, por um só pesquisador”.
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