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RELATIVO AO PROGRAMA APRESENTADO EM 23/10/2006 NA TV CULTURA (Doenças do cólon e reto)

Profa. Angeilita Habr-Gama
Prof. AA Laudanna
Dra. Esther Laudanna

Doenças do cólon e reto

O Prof. Laudanna comentou que o cólon está representado pelo último metro ou pouco mais, dos intestinos, sendo que o intestino delgado é muito mais longo, medindo de 6 a 7 metros. O cólon é mais largo e realiza a moldagem final das fezes, absorvendo aproximadamente de 1 litro a 1litro e meio de água e regula a concentração final de eletrólitos, principalmente de sódio e potássio. As fezes contém de 100 a 200ml de água. Pelo trato digestivo, que é um tubo, circulam aproximadamente 9 litros de água por dia, sendo a maior parte reabsorvida, em ciclagem contínua. No cólon encontram-se freqüentes doenças do aparelho digestivo, bastando lembrar a importância do câncer de cólon e reto que tanto ameaça a população mundial e brasileira. Assinalou que a perda de sangue pelas fezes, mesmo que mínima é extremamente importante. Tais perdas podem ser vistas a olho nú ou reveladas pelo laboratório, exame este denominado de pesquisa de sangue oculto.

Câncer, doenças inflamatórias e hemorróida

A Prof. Angelita Habr Gama destacou a importância dos tumores do cólon e do reto que se situam entre os tumores mais freqüentes do aparelho digestivo. Os clínicos gerais, os médicos de família e os próprios pacientes devem estar atentos a sinais discretos, tais como pequenos sangramentos retais, anemias insidiosas, emagrecimentos não explicados e modificações do ritmo intestinal, que podem ser os primeiros sinais de câncer do colons. “Nem tudo o que sangra são hemorróidas”, disse a professora Angelita, embora as hemorróidas freqüentemente sangrem. Assinalou que o câncer dos cólons surge em frequência mais ou menos equivalente no homem e na mulher, com alguma predominância na mulher. A idade de 40 a 70 anos requer mais atenção, período etário em que incidência é maior. Podem ou não ser precedidos de pólipos e valorizou a importância do exame local que se estende desde o toque retal à retossigmoidoscopia e colonoscopia. Comentou que os métodos modernos de imagem como na forma de tomografias contrastadas, cada vez mais refinadas, não ultrapassaram a vantagem da colonoscopia. A colonoscopia além de ver e fotografar permite, muitas vezes, a retirada de lesões, como pólipos por exemplo. Esse exame precisa ser obviamente, realizado por médico adestrado. No que diz respeito a hemorróidas, explicou que se representam por veias da região ano-retal, circulação venosa essa que todos temos, mas que se podem dilatar, inflamar-se ou serem local de trombos hemorroidários, nas pessoas suscetíveis. Essa suscetibilidade é familiar, tem fatores agravantes ou desencadeantes, tais como o tipo de alimentação, a realização de esforços a exemplo de atletas de esfôço e a gravidez, entre outras situações. O tratamento das hemorróidas, quando necessário, é essencialmente cirúrgico. Além do câncer e das hemorróidas, que não devem ser confundidos, não se tomando hemorróidas por câncer, referiu as chamadas doenças inflamatórias intestinais, que são um assunto a parte. Essas doenças são essencialmente duas: a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. São doenças inflamatórias que se manifestam com diarréia e diarréia com sangue, potencialmente graves e até fatais, que requerem tratamento com médico especializado. De regra se conseguem resultados satisfatórios nesses tratamentos. Comentou ainda sobre campanhas relativas à prevenção do câncer de intestino citando a ABRAPRECI (Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino).

A criança

A Dra. Esther Laudanna comentou que as crianças também são vítimas de doenças de cólon e reto, desde prolápsos (escorregamento) simples do reto, passado pelas constipações e diarréias, havendo constipações severas em crianças que recebem a denominação médica de encoprese. Salientou a importância de se alimentar adequadamente as crianças, manter ritmo alimentar e procurar, sem obsessão coercitiva, que a criança desenvolva horários para evacuar e ritmos de alimentação e do sono. O modo como a criança se senta para evacuar e a necessidade de se apoiar os pés da criança para que a fôrça para a evacuação seja eficiente. A própria distração afetiva que as mães sabem fazer para desenvolver normalidade da evacuação são importantes. A oferta de alimentação com fibras, quer na forma de sucos ou de outros alimentos, não devem ser coadas. O tratamento das encopreses – grande prisões de ventre na primeira infância - , são do âmbito da gastroenterologia pediátrica.

 

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