RELATIVO AO PROGRAMA APRESENTADO EM 09/10/2006 NA TV CULTURA
(Nutrição na infância)
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Dra. Esther Laudanna |
Prof. AA Laudanna |
A criança gordinha
O nenê gordinho, o nenê roliço e bonito, o “bebê Johnson” de que se orgulham as mães, é um bebê sadio. A criança precisa ter a sua reserva adequada de alguma gordura, em quantidade normal, que lhe dá uma beleza sadia. Evidentemente será diferente disso a criança que é gorda. O pediatra avalia bem a situação não interferindo na alimentação normal e no aleitamento materno igualmente normal. Nem interferirá nas mamadeiras bem calculadas, bloqueando acréscimos de açúcar ou de engordativos inconvenientes. Existem curvas para avaliar o peso normal da criança, havendo toda uma faixa de normalidade, dentro de cuja faixa se enquadra a população das crianças normais, em cuja faixa média, percentil 50%, estão a maioria dessas crianças. Outras igualmente normais, estarão abaixo do percentil 50 mas ainda dentro da área normal; do mesmo modo percentis superiores a 50, na mesma área de normalidade são de crianças normais. Nessas tabelas, são considerados o peso e a altura, havendo uma variabilidade do normal que é dividido em percentis, comentou a Dra. Esther Laudanna. Disse ainda, que existem hoje tabelas especializadas de índice de massa corpórea para crianças.
Crescimento e normalidade
A preocupação com o crescimento da criança, que inquieta muitos pais, deve levar em conta que nem todos são iguais, que as genéticas são diferentes, que existem filhos de pais “mignons” que, porém, terão filhos normais por vezes mais altos do que os pais, mas que poderão ter uma estatura relativamente menor do que alguns colegas da escola. O Prof. Laudanna comentou que é preciso verificar se não há doença, por exemplo parasitas intestinais, ou doenças outras que possam atrasar o crescimento por períodos. Disse ele que atualmente a humanidade está mais alta, a humanidade “cresceu”, sendo quase geral que os filhos sejam mais altos que os pais. Certamente isso ocorreu, prosseguiu o Prof. Laudanna, graças à ação das vacinas, dos antibióticos, dos antiparasitários, da boa alimentação e do exercício. Há tempos passados, e não há muito tempo, as crianças estavam sujeitas a sarampo, coqueluche, rubéola, caxumba, catapora, doenças essas que todas as crianças tinham. A tais moléstias se acrescentavam as amigdalites mais severas, sendo os antibióticos menos poderosos e a vacinação em grande parte inexistente, excetuada a vacina contra a varíola que é mais antiga. Comentou ainda que o exame médico pode ser suficiente em nível de exame clínico e por vezes o médico pode se valer, na avaliação do crescimento, da chamada idade óssea que é a idade dos ossos vista ao exame radiográfico. O ser humano, as crianças, crescem pelos ossos que se vão alongando nas extremidades dos mesmos, através das chamadas cartilagens de conjugação que vão se transformando em osso e fazendo o crescimento. Quanto às parasitoses intestinais que acometem ao redor de 90% das crianças da periferia de São Paulo, são tratadas por medicamentos polivalentes, que numa dose só cobre grande parte dos vermes como caso das lombrigas, do amarelão e outras parasitoses. Os pediatras ou o médico de família nem mesmo aguardam atualmente, no tratamento populacional, exames de fezes, mas faz uso dos citados medicamentos para combater as parasitoses mais comuns.
Orientação aos pais
Os pais devem dar exemplo, procurando ter em casa uma alimentação sadia, não excessiva em gorduras, em doces e em guloseimas e refrigerantes. É preciso saber a família, que existem comidas normais, que a criança aprende a comer, e que existem comidas festivas que não são de todo dia. Nesse sentido comentou a Dra. Esther Laudanna, que deve haver um tratamento familiar, onde a criança aprende a comer o que é de todo dia e aprende o que é comida de festa. O sobrepeso afeta também as articulações da criança, cujas articulações são constituídas por tecido cartilaginoso, que é mole, como a cartilagem da orelha. Por essa razão, sofrem pelo sobrepeso, ao mesmo tempo em que ao longo da vida e desde a infância, crescem o colesterol, os triglicérides e a própria obesidade. Muitas “dores de barriga”, comentou a Dra. Esther, resultam de erros alimentares, da presença de vermes, de uso desregrado de refrigerantes, de excesso de gorduras e refrigerantes com distensão do estômago, e por vezes por refluxo gastroesofágico, situação em o conteúdo do estômago, reflue para o esôfago, “sobe” para o esôfago. O esôfago não tolera acidez do estômago. A criança passa mal.
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