Depois
do ferro, o Zinco é o segundo mineral mais
abundante nos animais e plantas. É considerado
um microelemento ou oligoelemento frente às
pequenas quantidades presentes nos diversos organismos.
É
um íon que se apresenta em várias
valências, embora a mais frequente seja a
forma bivalente. É encontrado preferencialmente
no líquido intracelular das células
do fígado, da próstata, dos rins,
ossos e músculos esqueléticos.
As
maiores fontes de Zinco são as proteínas
animais, leite e derivados e crustáceos.
Podendo também ser encontrado nos cereais,
nozes e amendoins.
As
principais funções atribuídas ao zinco
são: 1) fazer parte das metaloenzimas,
que participam dos processos de síntese de
carboidratos, lípides, proteínas e
ácidos nucleicos; 2) estabilizar a
estrutura protéica; 3) estabilizar
as membranas; 4) estabilizar o RNA e DNA
na divisão celular; 5) participar
da função imunológica; 6)
atuar no crescimento, através de sua ação
sobre os osteoclastos.
O
Zinco é absorvido passivamente por meio de
ligantes complexos, endógenos e exógenos
(histidina, ácido cítrico, e ácido
picolínico) no duodeno e jejuno. A quantidade
absorvida, é moderada pelo volume ingerido
na dieta.
Após
liberar-se dos alimentos, pela digestão,
e ser absorvido no intestino, o Zinco é captado
pela circulação portal, armazenado
(no fígado) e, posteriormente distribuído
para os outros tecidos. É transportado principalmente
pela albumina e secundariamente por aminoácidos
e macroglobulinas. É também armazenado
nos músculos, ossos, pele e tecido ocular.
Apresenta
excreção fecal em sua quase totalidade,
ficando uma mínima parte para ser excretada
pela via urinária. Contudo, em algumas patologias
como a cirrose hepática, alcoolismo, inanição,
nefrose e diabetes, há um aumento da excreção
urinária de zinco.
Sua
deficiência causa alterações de comportamento
e apatia; atraso no crescimento; hipogonadismo,
hipoespermia e atraso na maturação
sexual; alopécia, lesões eczematóides
e anergia cutânea; cicatrização
deficitária; hipogeusia e perda do apetite.
No sistema imunológico, a deficiência
severa de Zinco pode causar: linfopenias, diminuição
seletiva das células auxiliares T4, redução
da atividade das células natural Killer (NK)
e atrofia tímica. O Zinco é ainda,
importante componente das metaloenzimas pancreáticas,
necessárias á digestão e absorção
dos nutrientes.
As
principais causas de deficiência de zinco
são: redução da ingestão
de zinco, principalmente por anorexia; desnutrição
proteico-calórica ou NPP sem suplementação.
Ocorre também, por redução
da absorção, em doenças que
a comprometem, tais como a Doença Celíaca,
Doença de Crohn, Síndrome do Intestino
Curto, insufciência Pancreática, dietas
ricas em fitatos, fibras e Alcoolismo.
A
Acrodermatite Enteropática é uma doença
autossômica, recessiva e, leva à má-absorção
de Zinco. Caracteriza-se por lesões cutâneas
peri-orificiais, diarréia, infecções
recorrentes bacterianas, fúngicas e alopécia.
Pode ser fatal caso não seja tratada. Os
sintomas surgem após o desmame do leite materno
e substituição pelo leite de vaca.
A
toxicidade pelo zinco é rara, geralmente
quando ingerido acima de 100 a 300mg/dia. Nesta
eventualidade poderá causar alterações
na absorção do cobre, além
de provocar distúrbios gastrointestinais
como náuseas, vômitos, gosto metálico
e dores abdominais.
Uma
forma comum de toxicidade pelo zinco é o
que ocorre nas hemodiálises, decorrente da
liberação do zinco contido nos adesivos
plásticos usados nas bobinas de diálise,
do zinco existente nos tubos galvanizados destas
mesmas máquinas. Nestas intercorrências
crônicas, os pacientes apresentam anemia,
febre e distúrbios do sistema nervoso central.
As
doses diárias de zinco, recomendadas para
crianças e adultos sadios variam de 5 a 15mg/dia.