DESNUTRIÇÃO
DO IDOSO
O
envelhecimento fisiológico começa no
final do período de crescimento. As mudanças
ocorrem lentamente e são influenciadas pela
herança genética, enfermidades, nível
sócio-econômico e acesso a cuidados médicos.
A longevidade constatada no mundo desenvolvido do
pós-guerra é associada, quanto aos cuidados
médicos, essencialmente ao tripé: antibióticos,
corticóides e vacinas.
Os
antibióticos, porque encurtam o tempo de
exposição do sistema imunológico
e dos órgãos afetados ao desgaste oxidativo
das infecções.
Os
corticóides porque controlam o processo
inflamatório que corrói o órgão
afetado de forma crônica.
As
vacinas porque evitam a instalação
das infecções.
Acredita-se atualmente que o metabolismo inerente
aos processos orgânicos, produzindo energia através
da oxidação, libere como excedente das
reações os denominados radicais livres,
objeto de muitas pesquisas atuais. Existem evidências
de que as vitaminas do complexo B, vit. C., vit. E.,
betacaroteno, magnésio, zinco, selênio,
manganês e cromo, minimizariam os efeitos dos
radicais livres.
As mudanças degenerativas que acompanham o
envelhecimento não são totalmente esclarecidas
mas, dentre os múltiplos fatores envolvidos,
a nutrição corretamente balanceada quanto
aos aspectos calóricos e dietéticos
tem influência comprovada na qualidade de vida
e longevidade. Dentre as principais causas que levam
o idoso à perda de peso e à desnutrição,
estão as seguintes alterações:
diminuição das secreções;
redução da capacidade funcional (não
esquecer as falhas dentárias); perda da sensibilidade
gustativa; diminuição da motilidade
intestinal; menor resposta imunológica;
as enfermidades crônicas, tais como doenças
cardiovasculares, reumatismo, diabete, cérebro
degenerativas e neoplasias;
padrão sócio-econômico que determina
o acesso à cuidados médicos e a própria
alimentação.
Estima-se em censo de 1989 feito pela Pesquisa Nacional
sobre Saúde e Nutrição (PNSN)
que 37,7% dos idosos brasileiros têm baixo peso,
sendo 20,7% de homens e 17% de mulheres.
As necessidades nutricionais do idoso devem ser calculadas
individualmente, levando-se em conta o estado geral,
atividade física, doenças e hábitos
alimentares. Geralmente as necessidades energéticas
são consideradas mais baixas após os
55 anos para ambos os sexos.
A ingestão de carboidratos continua
ao redor de 60% das calorias totais.
As
proteínas também devem ser mantidas
entre (8 e 15)% das calorias.
As
gorduras saturadas devem preencher 25% do valor
calórico, completando-se o cálculo das
gorduras com (8 a 10)% de ácidos poli-insaturados,
sendo, (1 a 2)% de ácidos graxos essenciais.
As necessidades de micronutrientes (cálcio,
ferro, zinco, vitaminas), também não
estão alteradas.
Se o balanço energético não sofre
mudança significativa entre o adulto e o idoso,
por que um indivíduo bem nutrido se transforma
num idoso desnutrido?
Bem, talvez não fosse tão bem nutrido
assim, e o déficit nutricional agravou-se ao
longo dos anos, ou as necessidades energéticas
aumentaram às custas de doenças e não
foram repostas, ou ainda os nutrientes habitualmente
ingeridos não estão sendo bem absorvidos
(maiores perdas promovidas pela digestão dificultada
por diminuição das secreções,
presença de medicamentos no tubo digestivo,
mastigação irregular).
Pode ser também que apesar dos alimentos estarem
sendo ofertados, o são de modo inadequado,
pedaços grandes, sabores pouco convidativos,
isolamento social às refeições,
etc.
A velhice em si mesma, comandada pela programação
genética, leva à desnutrição,
à perda óssea, à perda de massa
muscular, inapetência, chegando mesmo à
anorexia senil.
Assim é que, na velhice, freqüentemente encontramos
as hipoavitaminoses, com destaque para os déficits
de vitamina D com conseqüente osteopenia e osteoporose,
agravadas pela falta de movimentação
e de exposição ao sol.
Faz parte também da velhice a diminuição
da motilidade intestinal, promovendo fezes mais secas
e empactadas, difíceis de serem expelidas e
que, por causa desta dificuldade favorecem a formação
de fecalomas. Problema este contornado ou mesmo resolvido
pelo acréscimo de fibras na dieta, que por
serem hidrófilas aumentam o bolo fecal facilitando
o peristaltismo e impedindo a empactação.
A nutrição moderna combate a velhice
e prolonga a vida.
Tem tido grandes vitórias.
Responda às perguntas
1. A partir de que idade, de modo geral, considera-se
uma pessoa como idosa?
2.
Quais os fatores localizados na boca e nas secreções
que favorecem a desnutrição do idoso?
3. Qual o papel das fibras na dieta do idoso?
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