|  
       
         EDITORIAL 
 
          Este número de nossa revista inicia-se pelo estômago. Enfocando as gastrites 
          e a classificação de Sydney.  
         É oportuna a publicação 
          da Dra. Cláudia de Oliveira Marques, de cujo artigo participo. 
          Cada vez mais se afasta, pelo menos para o gastroenterologista, o tempo 
          em que "gastrite" designava uma miscelânea de queixas, sintomas e entidades 
          clínicas pouco discerníveis e, por isso mesmo, inadequadamente 
          tratadas.  
         O artigo em questão 
          mostra que é preciso ter conceito bem formado das gastrites e de seus 
          tipos. Faz menção, com justeza, que a classificação de Sydney é mais 
          uma sistematização do que uma classificação, como tenho outras vezes 
          dito. Sistematiza o diagnóstico, a "cabeça do médico" e a metodização 
          do raciocínio, desde os dados clínicos à endoscopia, à histopatologia, 
          ao Helicobacter pylori e assim por diante. O artigo está enriquecido 
          por imagens ilustrativas.  
         Ainda neste número 
          os colegas encontram boa oportunidade para repensarem o pâncreas e as 
          pancreatites. O tema das pancreatites crônicas, que em sua grande maioria 
          são de etiologia alcoólica, tem essencialmente por base os trabalhos 
          de Mott C. B. e col. Essas pesquisas já se tornaram clássicas e desenvolveram-se 
          em larga e amadurecida experiência, avaliadas por avançados métodos 
          complementares.  
         As formas calcificadas, 
          a "rolha protéica", a possível proteína do cálculo pancreático (litostatina), 
          bem como as outras modalidades de pancreatite crônica, são expostas 
          com precisão.  
         Ainda na temática 
          do pâncreas, temos a valiosa contribuição do Dr. Fauzi Maluf Neto que 
          enfoca a ultrassonografia endoscópica (Eco-Endoscopia - EE ), aplicada 
          às doenças do pâncreas e à pancreatite crônica. O método é de grande 
          acurácia, inclusive considerado equivalente, como nos relata o autor, 
          à pancreatografia retrógrada endoscópica.  
         Há o que ler e aprender 
          sobre pâncreas nesta Revista de Gastroenterologia FUGESP.  
         Há mais: a imagem 
          do número, "bonita" sob o ponto de vista médico, ensina fígado; a discussão 
          do nosso caso clínico - "Faça seu Diagnóstico" - exercita e ensina. 
          O que ensina? Responda, caro amigo leitor, e dê o seu diagnóstico.  
           
         Antonio A. Laudanna 
          Professor Titular de Gastroenterologia da FMUSP 
          Presidente da FUGESP
     |