ENDOSCOPIA
EM AÇÃO
Shinishi
Ishioka
Chefe do Serviço de Endoscopia do Hospital das Clínicas
GASTRITE
EROSIVA DO ANTRO GÁSTRICO
A finalidade
do exame endoscópico, frente a diferentes alterações que podem apresentar,
é a de definir o que é mucosa normal e patológica, baseado em aspectos
macroscópicos que podem ser incaracterísticos. Rotineiramente nem sempre
é fácil firmar-se um diagnóstico de mucosa gástrica normal, sabendo-se
que o diagnóstico microscópico muitas vezes resulta diferente do diagnóstico
inicialmente sugerido pela macroscopia.
Por
outro lado, em vista da enorme difusão e utilização do exame endoscópico,
tem-se a impressão de haver uma tendência dos endoscopistas de emitirem
laudos com diagnóstico de gastrite muito mais freqüentemente do que
deveriam, pois desta forma estariam menos sujeitos a desacertos.
No
intuito de dirimir aspectos dúbios ou polêmicos da gastrite pelo exame
endoscópico, surgiu em 1990 a Classificação de Sydney, que por sua vez
procura sistematizar as diferentes formas de manifestação desta entidade,
dando ênfase à participação do Helicobacter pylori e cunhando
também uma nova terminologia, a "gastrite endoscópica".
A
classificação de Sydney não solucionou todos os impasses existentes
entre aspecto macroscópico e achados microscópicos. Foi necessário um
novo consenso, desta vez de patologistas de várias partes do mundo.Esse
consenso é conhecido como "Sistema Sydney atualizado de 1994".
É importante,
segundo a Classificação de Sydney, que o endoscopista descreva
adequadamente o que vê, dados esses que serão complementados por outros
elementos, quais sejam os dados microscópicos, a pesquisa do Helicobacter
pylori, a hipocloridria, entre outros exames. O diagnóstico endoscópico
oferece muitas vezes grandes dificuldades, exigindo do médico endoscopista
experiência pessoal sempre atualizada e fidelidade descritiva da mucosa
examinada.
As
figuras 1 e 2 mostram gastrite enantemato-erosiva do antro, com características
endoscópicas típicas, acompanhada de uma úlcera de aspecto péptico na
grande curvatura da região pré-pilórica e que não deixa dúvidas quanto
ao aspecto endoscópico.
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Fig.1
- Aspecto endoscópico panorâmico do antro-piloro com focos enantemato-erosivos
em disposição de estrias longitudinais e a úlcera de aspecto péptico. |
Fig.
2 - Aspecto da região antro-pilórica com a úlcera e alguns focos
erosivos isolados em áreas de enantema. |
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