Dr. Antonio A. Laudanna
O omeprazol foi sintetizado
em 1979, iniciando a era dos bloqueadores da bomba protônica, ou era
dos PPIs (Proton Pump Inhibitors). A síntese do omeprazol foi precedida
pela síntese do timoprazol que, embora iniba a secreção gástrica, não
se mostrou adequado para uso clínico.
Os
PPIs atuam nas células produtoras de ácido (célula parietal ou célula
oxíntica) do estômago, em nível da chamada bomba protônica. Inibem a
ATPase limitando a formação de ácido clorídrico. Pequenas modificações
na estrutura química do omeprazol levaram à síntese de substâncias equivalentes
e que constituem o grupo dos PPIs: omeprazol; pantoprazol; lanzoprazol
e rabeprazol.
Os
PPIs permitiram um controle altamente eficiente da acidez gástrica,
modificando a história das doenças péptico-ulcerosas, história essa
que ainda mais evoluiu com a descoberta do Helicobacter pylori em 1983.
Agora,
a família dos PPIs ganha o esomeprazol.
O esomeprazol
tem uma estrutura molecular correspondente à imagem em "espelho" do
omeprazol. As úlceras pépticas alcançaram possibilidade efetiva de cura,
inclusive a síndrome de Zolinger-Ellison passou a ter recurso terapêutico
de real eficácia.
No
caso de úlcera péptica associada ao Helicobacter pylori, tratamentos
de 10 dias em que se utiliza esomeprazol mais 2 antibióticos alcançam
cicatrização completa no máximo em 30 dias.
A
doença do refluxo gastroesofágico (GERD) tem crescido em prevalência
e em complicações: alcançou a área da pneumologia, da otorrinolaringologia
e até mesmo se faz importante em diagnósticos diferenciais entre cardiologia
e gastroenterologia.
Em
otorrinolaringologia, laringites e faringites "químicas", reincidentes,
agudas e crônicas, passaram a ser entendidas e adequadamente tratadas.
Publicações recentes têm mostrado alta eficácia do esomeprazol no tratamento
do refluxo gastroesofágico (GERD).
Os
PPIs e seu último representante, o esomeprazol, são bem tolerados, podendo
ocorrer intolerância tipo diarréia e dores de cabeça.
Como
dissemos acima, o esomeprazol é isômero em "espelho" do omeprazol, é
empregado na dose de 40 mg ao dia, concentração essa, aliás, com que
é apresentado no mercado. Estudos sobre as doenças pépticas e sobre
refluxos são extensas na literatura, com publicações em nível das melhores
revistas internacionais, a serem citadas: Gastroenterology, New England
Journal of Medicine, Scandinavian Journal Gastroenterology, British
Medical Journal, Digestion, Gut, Alimentary Pharmacology and Therapeutics,
American Journal of Gastroenterology e em outros periódicos de elevado
padrão.
As
observações no homem estão absolutamente sólidas e atestam o esomeprazol
como medicamento altamente eficaz e seguro. É um forte recurso
clínico terapêutico entre os PPIs.
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