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Revista de Nutrição e Saúde - OLIGOELEMENTOS
Nov/Dez-1999

ZINCO


Dra. Claudia P.M.S. Oliveira
Médica pesquisadora da Disciplina de Gastroenterologia da FMUSP

Depois do ferro, o Zinco é o segundo mineral mais abundante nos animais e plantas. É considerado um microelemento ou oligoelemento frente às pequenas quantidades presentes nos diversos organismos.

É um íon que se apresenta em várias valências, embora a mais frequente seja a forma bivalente. É encontrado preferencialmente no líquido intracelular das células do fígado, da próstata, dos rins, ossos e músculos esqueléticos.

As maiores fontes de Zinco são as proteínas animais, leite e derivados e crustáceos. Podendo também ser encontrado nos cereais, nozes e amendoins.

As principais funções atribuídas ao zinco são: 1) fazer parte das metaloenzimas, que participam dos processos de síntese de carboidratos, lípides, proteínas e ácidos nucleicos; 2) estabilizar a estrutura protéica; 3) estabilizar as membranas; 4) estabilizar o RNA e DNA na divisão celular; 5) participar da função imunológica; 6) atuar no crescimento, através de sua ação sobre os osteoclastos.

O Zinco é absorvido passivamente por meio de ligantes complexos, endógenos e exógenos (histidina, ácido cítrico, e ácido picolínico) no duodeno e jejuno. A quantidade absorvida, é moderada pelo volume ingerido na dieta.

Após liberar-se dos alimentos, pela digestão, e ser absorvido no intestino, o Zinco é captado pela circulação portal, armazenado (no fígado) e, posteriormente distribuído para os outros tecidos. É transportado principalmente pela albumina e secundariamente por aminoácidos e macroglobulinas. É também armazenado nos músculos, ossos, pele e tecido ocular.

Apresenta excreção fecal em sua quase totalidade, ficando uma mínima parte para ser excretada pela via urinária. Contudo, em algumas patologias como a cirrose hepática, alcoolismo, inanição, nefrose e diabetes, há um aumento da excreção urinária de zinco.

Sua deficiência causa alterações de comportamento e apatia; atraso no crescimento; hipogonadismo, hipoespermia e atraso na maturação sexual; alopécia, lesões eczematóides e anergia cutânea; cicatrização deficitária; hipogeusia e perda do apetite. No sistema imunológico, a deficiência severa de Zinco pode causar: linfopenias, diminuição seletiva das células auxiliares T4, redução da atividade das células natural Killer (NK) e atrofia tímica. O Zinco é ainda, importante componente das metaloenzimas pancreáticas, necessárias á digestão e absorção dos nutrientes.

As principais causas de deficiência de zinco são: redução da ingestão de zinco, principalmente por anorexia; desnutrição proteico-calórica ou NPP sem suplementação. Ocorre também, por redução da absorção, em doenças que a comprometem, tais como a Doença Celíaca, Doença de Crohn, Síndrome do Intestino Curto, insufciência Pancreática, dietas ricas em fitatos, fibras e Alcoolismo.

A Acrodermatite Enteropática é uma doença autossômica, recessiva e, leva à má-absorção de Zinco. Caracteriza-se por lesões cutâneas peri-orificiais, diarréia, infecções recorrentes bacterianas, fúngicas e alopécia. Pode ser fatal caso não seja tratada. Os sintomas surgem após o desmame do leite materno e substituição pelo leite de vaca.

A toxicidade pelo zinco é rara, geralmente quando ingerido acima de 100 a 300mg/dia. Nesta eventualidade poderá causar alterações na absorção do cobre, além de provocar distúrbios gastrointestinais como náuseas, vômitos, gosto metálico e dores abdominais.

Uma forma comum de toxicidade pelo zinco é o que ocorre nas hemodiálises, decorrente da liberação do zinco contido nos adesivos plásticos usados nas bobinas de diálise, do zinco existente nos tubos galvanizados destas mesmas máquinas. Nestas intercorrências crônicas, os pacientes apresentam anemia, febre e distúrbios do sistema nervoso central.

As doses diárias de zinco, recomendadas para crianças e adultos sadios variam de 5 a 15mg/dia.

Responda às perguntas

1) Quais as principais fontes de zinco?

2) Quais as principais funções deste oligoelemento?

3) O que é Acrodermatite Enteropática?

4) Qual a dose de zinco recomendada para adulto diariamente?

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