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VITAMINA A
CURSO 99 - TEMA 5
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Revista de Nutrição e Saúde - VITAMINAS
Set/Out-1999

VITAMINA A

Dra. Claudia P.M.S. Oliveira
Médica pesquisadora da Disciplina de Gastroenterologia da FMUSP

Genericamente usa-se o termo Vitamina A para descrever todos os retinóides que apresentam atividade biológica de transretinol. Os principais são o ácido retinóico e o retinol.

A vitamina A também pode ser resultado da conversão de outros grupos não retinóides como os carotenóides pró-vitamínicos, os quais têm no betacaroteno o carotenóide mais ativo.

A vitamina A é essencial para a manutenção da visão normal, para o crescimento de ossos e dentes, importante na diferenciação do tecido epitelial e ósseo, assim como é importante vitamina no processo imunológico e de reprodução.

É um dos componentes dos pigmentos visuais e, por isso, essencial para a integridade da fotorrecepção nos cones e bastonetes da retina. É necessária também para a síntese protéica.

Sob a forma de betacaroteno, age no combate aos radicais livres de oxigênio, pois apresenta importante ação antioxidante nos sistemas celulares.

As principais fontes de vitamina A pré-formada (retinóides) encontram-se nas carnes, fígado, leites e ovos. Já as fontes de vitamina A que estão sob a forma de caroteno são encontradas, principalmente, nos vegetais folhosos verde-escuros e nos vegetais e frutas amarelo-alaranjados.

A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel, necessitando da presença de bile para ser absorvida. É absorvida na mucosa intestinal, transportada na linfa para o sangue sob a forma de quilomícrons e blipoproteínas e armazenada em sua maior parte no fígado. Quando mobilizado do fígado para os tecidos, o retinol circula no sangue até a célula-alvo (retina e tecido epitelial) ligado à proteína fixadora do retinol (RBP), podendo ser removido da circulação pelos rins.

A deficiência de vitamina A pode ser primária, resultado da redução da ingesta, principalmente em lactentes e crianças, ou ser secundária a doenças que promovam a redução ou prejuízo na excreção de ácidos biliares. Entre elas, as principais são aquelas que causam má absorção pré-entérica, como as obstruções biliares e pancreatites. Contudo, qualquer patologia que cause deficiência de secreção ou excreção da bile e do suco pancreático pode causar deficiência não só da vitamina A, mas também das outras vitaminas lipossolúveis (D,E,K).

O alcoolismo também é causa importante de deficiência de vitamina A, pois o álcool diminui a captação e mobilização hepática da vitamina A.

Os principais sinais e sintomas de deficiência de vitamina A estão relacionados a alterações cutâneas e oftalmológicas.

A deficiência de vitamina A pode causar a Cegueira Noturna ou Nictalopia, que consiste na incapacidade de adaptar a visão ao escuro, quando se parte da claridade para escuridão. Esta patologia é atribuída a uma falha funcional da retina na adequada regeneração da rodopsina. A deficiência de vitamina A produz alterações cutâneas como a hiperqueratose folicular, torna também a pele ressecada, escamosa e áspera. A sua deficiência promove uma ceratinização da pele e das mucosas.

A deficiência de vitamina A também predispõe a infecções bacterianas, virais ou parasitárias, devido ao seu importante papel na manutenção da integridade das mucosas.

No pólo oposto à deficiência, a toxicidade da vitamina A também é causa de doença, sendo responsável por alguns sinais e sintomas tais como: irritabilidade, hepatotoxicidade, dor e fragilidade óssea, náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, cefaléia, erupção cutânea, unhas quebradiças e alopecia. A vitamina A também pode ser teratogênica, devendo ser utilizada com muita cautela, quando necessário, na mulher grávida.

A dose oral recomendada para lactentes até 1 ano é de 375 µg/dia, após este período 400µg/dia até 3 anos; 500µg/dia de 4-7 anos. Nos adultos a dose de retinol diária necessária está em torno de 800-1000µg/dia.

Responda às perguntas

1) Quais as principais fontes de retinol?

2) Quais as principais fontes de caroteno?

3) Quais os principais sinais e sintomas da deficiência de vitamina A?

4) Porque a vitamina A deve ser usada com cautela na gravidez?

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