É
o indivíduo com excesso em mais de 40% acima
de seu peso ideal ou, mais apropriadamente, com
IMC > 40 (índice de massa corpórea
= peso kg / estatura m²).
INDICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO
-
Pacientes com IMC > 40 por mais de 5 anos,
apesar de tratamentos clínicos bem conduzidos.
-
Pacientes
com obesidade mórbida associada a patologias
que diminuiriam a morbidade com a perda de peso:
-
Diabete tipo II
- Hipertensão
- Arteriopatias
- Cardiopatias
- Desajuste
psicossocial
-
Atualmente, com o aperfeiçoamento da
técnica operatória, já
são aceitos para o tratamento cirúrgico
pacientes com IMC = 35 desde que associada a
uma patologia de risco: hipertensão,
insuficiência respiratória leve / moderada,
cardiopatia.
Numa
amostragem de 800 cirurgias (desde 1980) 114 casos
foram operados pela gastroplastia de Mason e os
demais (80%) pela cirurgia de Mason modificada por
Capela.
Deste
total de 800 casos |
- 2/3 eram de mulheres 153 kg
- IMC = 51
- Faixa etária - 12 aos 72 anos |
-
artropatias em quase a totalidade dos pacientes
- hipertensão
1/3 do total
- problemas
respiratórios 1/3 do total
- diabete
tipo II
- esofagite
de reflexo
- varizes
de MMII
CONTRA-INDICAÇÕES
DO TRATAMENTO CIRÚRGICO
-
Obesidade de causa endocrinológica pura.
Ex: Cushing, hipoparatiroidismo, etc.
- Pneumopatia
grave. Ex: enfisema, embolia pulmonar prévia
- Insuficiência
renal
- Cardiopatia
de risco elevado
- Cirrose
hepática e alcoolismo
- Distúrbio
psiquiátrico ou Q.I. rebaixado
PREPARO
CIRÚRGICO
Após
o paciente ter sido avaliado por equipe multidisciplinar
(clínicos, endocrinologistas, cardiologistas,
psiquiatras e psicólogos), é orientado
a perder de 5 a 10 kg de peso a fim de diminuir
os riscos anestésicos/cirúrgicos.
Durante o regime, é esclarecido sobre o novo
modo de alimentar-se após a cirurgia: ingestão
de pequenos "bocados", com grande intervalo de tempo
entre um "bocado" e outro, de tal forma que uma
refeição de 200 g (o máximo
suportado pelo novo estômago) demora em média
30 min. para ser completada.
A
CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA
-
Nas décadas de 60 e 70, praticavam-se
cirurgias de encurtamento do intestino delgado
("by-pass" intestinal), com grande diminuição
da superfície de absorção,
cirurgias essas de mais resultados, com elevada
morbidade e mortalidade. Foram abandonadas da
prática clínico-cirúrgica.
- A
partir da década de 80, as operações
voltaram-se para o estômago, visando a diminuir
o volume de alimentos ingerido.
- Os
primeiros 114 pacientes (Garrido, A) foram operados
pela técnica preconizada por Mason: Gastroplastia
para redução do reservatório
gástrico, de 1,5 litros (normal) para
ínfimos 20 ml.
O
anel rígido mantinha o orifício de
escoamento com pequeno calibre, provocando um efeito
de esvaziamento tipo ampulheta.
- A
demora do esvaziamento gástrico, mais
a distensão da câmara, propiciavam sensação
de saciedade, mesmo com a ingestão de
pequenos volumes ( 200 gr por refeição).
-
Ao final de 1 ano, a perda média de peso
foi de 35 kg.
- Depois
de 2 anos muitos pacientes voltaram a ganhar
peso e depois de 10 anos, todos tinham voltado
ao peso anterior.
POR
QUE?
-
Reabertura da sutura gástrica, refazendo
o volume original do estômago.
- Dilatação
do anel rígido levando ao esvaziamento
rápido e conseqüente preenchimento da
câmara gástrica por mais vezes.
- Mais
de 80% das causas de aumento do peso deu-se
pela ingestão de líquidos hipercalóricos
tipo leite condensado e "milk shakes".
Diante
destes resultados, o Prof. Garrido e cols., passaram
a praticar a gastroplastia de Capela:
A
grande inovação: a abertura da câmara
dá-se diretamente na alça jejunal
(pela interposição de um "Y de Roux").
A oferta direta de alimentos para a alça
jejunal pode ocasionar discreto "dumping", o que
faz o paciente evitar alimentos açucarados
e hipercalóricos, complementando a longo
prazo a eficiência da intervenção
cirúrgica.
PERDA
DE PESO |
8%
do peso inicial no 1º mês pós-cirurgia.
Continuam perdendo peso pelos meses seguintes.
Ao final de um ano perderam em média
40% do peso inicial e continuam mantendo.
|
COMPLICAÇÕES
= Incisionais |
-
Abcesso
- Hérnias
- Deiscências |
15%
das complicações |
=
Atelectasia
= Broncopneumonia
= Embolia pulmonar
= Mortalidade 15%
|
|
|
CONCLUSÃO
Para
pacientes portadores de obesidade mórbida,
a redução mecânica do estômago associada
à digestão tormentosa de líquidos
hipercalóricos, tem se mostrado um procedimento
seguro com baixa mortalidade e complicações
contornáveis.