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EDITORIAL
PERSPECTIVA DA NUTRIÇÃO PARA O SÉCULO XXI
OBESIDADE INFANTIL x DESENVOLVIMENTO
NUTRIÇÃO PARENTERAL
CURSO 99 - TEMA 3
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Revista de Nutrição e Saúde - NUTRIÇÃO E OBESIDADE
Mai/Jun-1999

Nutrição Parenteral

Sumário dos dados apresentados pelo Prof. J. Faintuch no Iº Encontro de Nutrição e Obesidade em Piracicaba em junho de 1999.

Alimentação parenteral consiste em alimentar por via venosa pessoas que tenham o trato digestivo incapacitado de receber qualquer tipo de nutrição (enteral, inclusive).

INDICAÇÕES

Obstrução das vias naturais de alimentação:

  • Tumores
  • Pacientes entubados
  • Íleo paralítico
  • Vômitos
  • Volvos gastrointestinais

Aumento do catabolismo em pacientes com ingesta limitada:

  • Sepsis
  • Grandes queimados

SEMPRE QUE POSSÍVEL DAR PREFERÊNCIA À ALIMENTAÇÃO ENTERAL

SOLUÇÕES UTILIZADAS
VIAS DE ACESSO
1. Solução Enteral (via enteral)

= Sonda nasogástrica
= Sonda nasoentérica (ultrapassando o piloro)
= Gatrostomias (via endoscópica de preferência)
= Jejunostomias (via endoscópica de preferência)

2. Solução Parenteral
2. (via parenteral)

= Cateterização de veias periféricas
= Cateterização de veias de grande calibre - circulação
= central

CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO DA SOLUÇÃO ENTERAL

  • As primeiras sondas utilizadas eram de borracha. Com o advento do plástico por volta de 1950, passaram-se a usar sondas de silicone (mais maleáveis e atóxicas) e atualmente são usadas sondas de poliuretano que são mais leves, finas e indeformáveis, além de apresentarem superfície mais lisa, o que favorece a não retenção de resíduos.
  • As sondas atuais, muito bem toleradas, são de "silastic".
  • Os primeiros preparados nada mais eram do que o próprio alimento diário, fragmentado e homogeneizado para passar pela sonda.
  • Atualmente, continuamos a utilizar as fontes de proteína, carboidratos e gorduras habitualmente usadas no preparo das refeições, obedecendo simplesmente às recomendações calórico-protéicas para cada caso.
  • Os preceitos higiênicos devem ser observados com rigor, porém não é necessária a esterilização do alimento porque a via digestiva (estômago ou jejuno) não é estéril.

CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO DA SOLUÇÃO PARENTERAL

1. VEIAS PERIFÉRICAS

  • Podem ser utilizadas desde que se providencie cuidadoso rodízio de veias a cada 48 horas.
  • A solução usada é de menor complexidade, porque se utiliza o soro glicosado a 10% como base para o acréscimo de aminoácidos a 10% e lipídios também a 10%.
  • A contaminação desse preparado é mais rara.
  • Tem a vantagem de poder ser instalada domiciliarmente por enfermeira sem treinamento específico.
  • É um procedimento relativamente barato.
  • A limitação do método consiste no baixo aporte calórico, atingindo-se no máximo 2.500 cal/dia.

2. VEIAS CENTRAIS DE GROSSO CALIBRE

  • Devido ao maior fluxo de sangue, podem-se administrar soluções hipertônicas e mesmo insulina, porque a corrente sanguínea dilui rapidamente o preparado e evita a irritação do endotélio.
  • Requer internação do paciente, enfermagem especializada e redobrados cuidados com a higiene do catéter e do curativo.
  • São soluções mais caras.
  • Permitem adequar as necessidades energético-calóricas com grande precisão.
  • Os nutrientes e os cálculos para o preparo das diversas soluções são muito trabalhosos.
  • Requisitam conhecimento e preparo técnico especializados. Atualmente encontram-se disponíveis soluções parenterais preparadas industrialmente e adequadas, inclusive, a ajustes nutricionais individuais, quando necessário.

NECESSIDADES NUTRICIONAIS E ALIMENTAÇÃO PARENTERAL

= Macronutrientes

= aminoácidos
=
hidratos de carbono
=
lípides

Cálculo igual ao das necessidades diárias para o paciente em questão.

= Micronutrientes ou
= Oligoelementos

= eletrólitos
= vitaminas
= magnésio
=
fósforo
Cálculo igual ao das necessidades diárias.
= Volume diário

igual ao usado comumente
Exemplo: 30 a 35 Kcal/Kg/dia

= Necessidades nutricionais específicas:
pacientes urêmicos: restriçao a alguns aminoácidos.
pacientes hepatopatas: restrição a alguns aminoácidos
pacientes diabéticos: restrição a hidrato de carbono
pacientes hipermetabólicos por:
febre
infecção (sepsis)
câncer
queimadura extensa
sob respiração artificial
O cálculo preciso das necessidades energéticas pode ser obtido por calorimetria indireta.


Calorimetria indireta
: estimativa da queima global de carboidratos e gorduras, alicerçada no consumo de O2 e produção de CO2. Alguns respiradores efetuam automaticamente esse cálculo, a partir de microcomputador acoplado e previamente programado.

Trabalhos de Blackburn e Meguid, nos Estados Unidos e Freund e col, em Israel, têm posto em evidência o papel único dos aminoácidos de cadeia ramificada como reguladores genéricos da síntese protéica (isoleucina, leucina e valina).

    COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL

Trombose venosa
Infecção do catéter e tecidos adjacentes
Sepsis
Distúrbio metabólico por balanço inadequado

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