CURSO
DE HEPATOLOGIA
MORFOLOGIA
HEPÁTICA: CIRCULAÇÃO E PERFUSÃO
HEPÁTICA
Dra.
Claudia P. M. S. de Oliveira
Médica Pesquisadora da Disciplina de Gastroenterologia
da FMUSP
O
fígado é um órgão ricamente
vascularizado, recebendo cerca de 25% do débito
cardíaco, o que lhe confere um aporte sangüíneo
elevado. Esta característica é possível
graças à dupla irrigação
aferente que possui, representada pela veia porta
e artéria hepática.
A
veia porta é formada habitualmente pela confluência
das veias mesentérica superior e veia esplênica.
Em algumas pessoas, há variação
anatômica e a veia mesentérica inferior
também contribui para formar a veia porta.
O
sistema porta apresenta um grande volume (aproximadamente
70% da irrigação hepática) e
baixa pressão. Já na artéria
hepática, o sangue é proveniente do
tronco celíaco, funciona sob alta pressão,
porém é de pequeno volume.
Assim,
a maior parte da irrigação hepática
deriva do sangue portal, que é venoso, sendo
proveniente da parte distal do esôfago, estômago,
baço, pâncreas e intestinos. O restante
(30%) é nutrido com sangue arterial.
A
circulação hepática é,
portanto, representada por sangue arterial e sangue
venoso, este último provindo das vísceras
do abdome (70% do fluxo hepático). As ramificações
venosas e arteriais alcançam os sinusóides,
onde sangue arterial e venoso se misturam (veja Revista
de Hepatologia nº 2, de 2000).
No
estudo da hipertensão portal, do qual trataremos
oportunamente nesta revista, veremos que a circulação
da veia porta, em condições anômalas,
pode desviar-se através da veia gástrica
esquerda, das veias paraumbilicais e das hemorroidárias,
alcançando, por essas vias, a veia cava superior
e a veia cava inferior.
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