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CURSO 99 - TEMA 2
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Revista de Nutrição e Saúde - DESNUTRIÇÃO
Mar/Abril-1999

PERDA INTESTINAL DE PROTEÍNAS

Os valores numéricos da albumina sérica, um dos principais índices de nutrição, podem modificar-se no sentido de apresentarem menor concentração (hipoalbuminemia sérica), por diversas causas, além, naturalmente do menor aporte alimentar.

A albumina é sintetizada na célula hepática. Na insuficiência hepática há queda de albumina sérica por falta de síntese. Assim, é típico das cirroses hepáticas o traçado eletroforético representando por queda da albumina e, por razões não totalmente esclarecidas, elevação das globulinas, de gama globulina (as globulinas são produzidas pelo sistema imunológico e não pela célula hepática).

De longa data se conhece a hipoalbuminemia por perda renal de albumina, como acontece nas nefroses. Nas síndromes nefróticas, nas quais o paciente perde cerca de 5g/dia de albumina pela urina, ocorrem hipoalbiminemia e albuminúria. Nestes casos o paciente apresenta edemas.

Hipoalbuminemia por perda entérica de proteínas é conhecimento relativamente recente, das décadas de 60 e 70. O quadro foi inicialmente descrito por Waldmann T..A. (Gastroenterology 50:422,l966), descrevendo perda entérica por via linfática, através de dilatações linfáticas nas vilosidades intestinais, denominando a moléstia de linfangectasia idiopática intestinal - "protein loosing enteropathy ". São más formações linfáticas que atingem, também, a parede intestinal.

Nossas próprias investigações (Laudanna, A. A., Kieffer, J. e colabs.-l972) levaram-nos a descrever a perda intestinal de proteínas em conseqüência à blastomicose intestinal, onde condição determina bloqueio e dilatação linfática intestinal, nesses casos devido à presença do Paracoccidioides brasiliensis.

A fotografia que constitui a "imagem deste número" é de uma paciente na qual descrevemos importante perda entérica de albumina em pessoa desnutrida e portadora de maciça estrongiloidíase intestinal(Laudanna, A. A. ,Kieffer e colabs,-1975).

É interessante assinalar que os pacientes perdedores de proteínas por via intestinal, perdem também imunoglobulinas pelo mesmo trajeto, e inclusive linfócitos, tornando-se portadores de imunodeficiência secundária .

Ao tempo em que estudamos esse assunto, colaborando com o brilhante e inesquecível Júlio Kieffer, participamos do desenvolvimento das diversas técnicas aplicadas à quantificação da perda intestinal de proteínas. O método que se mostrou de excelente precisão é aquele em que se utiliza a albumina marcada pelo cromo radioativo, que é injetada na veia, em dose conhecida, quantificando-se a albumina cromada nas fezes e no sangue. O assunto é longo, importante e interessante. A ele voltaremos em outra oportunidade.

Responda às perguntas

4. Cite alguns exemplos de patologias que ocasionam perda de albumina, determinando hipoalbuminemia.

5. Considerando o relato acima, o que entende por imunodeficiência secundária?

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