ICTERÍCIA
É
dos sintomas mais freqüentes nas doenças
do sistema hepatobilar. Definida como coloração
amarelada que surge nas mucosas e pele, conseqüente
ao acúmulo de bilirrubina. Pode surgir em
doenças hemolíticas, doenças
congênitas em que existe deficiência
na conjugação ou excreção
da bilirrubina, hepatites, cirrose, obstruções
biliares e outras. Pode significar insuficiência
hepatocelular nas hepatites fulminantes ou cirroses
descompensadas. Quando associada a colúria
e acolia fecal, sugere elevado grau de colestase
intra-hepática ou obstrução
da via biliar extra-hepática. Quando associada
a febre e dor no hipocôndrio direito, sugere
colangite e/ou colecistite. Icterícia flutuante
pode sugerir tumor de papila.
PRURIDO
CUTÂNEO
É
um dos sintomas que sugere colestase, seja intra
ou extra-hepática. Pode ser um sintoma grave
e incapacitante. Comum nas obstruções
biliares extra-hepáticas e na cirrose biliar
primária.
DOR
A
dor no hipocôndrio direito(HD) é freqüente
nas patologias que acometem a vesícula e
via biliar principal, principalmente quando existe
a presença de cálculos. Na doença
litiásica, a dor é intensa, tipo cólica,
podendo irradiar-se para o dorso ou ombro direito.
Pode vir acompanhada de vômitos. Os processos
parenquimatosos hepáticos eventualmente determinam
dor em HD, surda ou em peso, de leve a moderada
intensidade. Geralmente secundária a processo
neoplásico ou inflamatório que distende
a cápsula de Glisson.
ERITEMA
PALMAR
Consiste
na ruborização das eminências
tenar e hipotenar. É um dos sinais periféricos
de hepatopatia crônica com insuficiência
hepática. Secundário à metabolização
prejudicada de hormônios esteróides
sexuais no fígado insuficiente.
ARANHAS
VASCULARES ("Spiders")
São
dilatações vasculares distais, de
coloração avermelhada, medindo cerca
de 0,5 cm de diâmetro, que desaparecem à
digito-pressão. Comuns em tórax anterior,
face e membros superiores. Também é
um sinal periférico de hepatopatia crônica,
conseqüente à metabolização
prejudicada de hormônios esteróides
sexuais no fígado insuficiente.
ALTERAÇÕES
ENDÓCRINAS
As
alterações endócrinas que ocorrem
nas doenças crônicas do fígado
manifestam-se quando já existe insuficiência
hepática. Também decorrem da metabolização
inadequada dos hormônios esteróides
sexuais e se apresentam de forma diferente no homem
e na mulher. No homem, a relação estrógeno/testosterona
livre encontra-se elevada determinando atrofia testicular,
distribuição feminóide de pêlos
pubianos, ginecomastia e impotência sexual.
Na mulher esta alteração hormonal
acarreta atrofia gonadal, ciclos anovulatórios,
alterações menstruais e tendência
à masculinização.
DISTÚRBIOS
MENTAIS (Encefalopatia Hepática)
Síndrome
caracterizada por alterações neurológicas,
decorrentes da intoxicação de substâncias
tóxicas (amônia, aminoácidos
aromáticos, benzodiazepínicos, falsos
neurotransmissores) na substância reticular
ascendente no bulbo encefálico. Estas substâncias
são provenientes da circulação
esplâncnica secundárias à metabolização
hepática insuficiente. O "flapping" é
o sinal característico porém não
específico desta síndrome. Consiste
no tremor involuntário das mãos à
dorsiflexão em "bater de asas".
HÁLITO
HEPÁTICO
É
o odor característico e patognomônico
de insuficiência hepática. Consiste
na eliminação de produtos nitrogenados
voláteis provavelmente de origem intestinal.
EQUIMOSES
E PETÉQUIAS
Secundárias
aos distúrbios de coagulação,
pois o fígado é responsável
pela produção de todos os fatores
de coagulação exceto o fator VIII.
Também podem ser conseqüentes à
deficiência de absorção das
vitaminas lipossolúveis, como ocorre nas
colestases. Os fatores II, VII, X, XI são
dependentes da vitamina K . Estes pacientes apresentam
sangramentos e alteração na atividade
de protrombina. Também no paciente cirrótico
pode coexistir hiperesplenismo, reduzindo o número
de plaquetas e propiciando sangramentos.
SINAIS
E SINTOMAS DE HIPERTENSÃO PORTAL
Os
principais sinais de hipertensão portal são
esplenomegalia, circulação colateral
visível no abdome, ascite, varizes esofagogástricas
(hemorragia digestiva alta), hemorróidas
(hemorragia digestiva baixa). Contudo, hemorróidas
são patologias proctológicas comuns,
não significando isoladamente um sinal de
hipertensão portal.
A
esplenomegalia geralmente decorre de doenças
hepáticas que determinam o bloqueio do fluxo
portal como na esquistossomose e cirrose. Deve ser
lembrada no diagnóstico diferencial das doenças
linfoproliferativas.
A ascite hepatógena é uma complicação
freqüente das doenças crônicas
do fígado. Constitui um índice de
mau prognóstico. Pode surgir também
na insuficiência hepática aguda grave.
É conseqüente à transudação
de líquido peritoneal e resulta de uma associação
de vários fatores como: desequilíbrio
das forças de Starling como aumento da pressão
portal e redução da albumina sérica;
aumento da transudação linfática;
ativação do sistema renina - angiotensina
- aldosterona (S R A A); ativação
do Sistema Nervoso Simpático e ação
de vasodilatadores periféricos (tipo óxido
nítrico).
O
sangramento pela ruptura das varizes esôfago-gástricas
constitui a principal causa de óbito nos
pacientes hepatopatas crônicos. Exterioriza-se
sob a forma de hematêmese ou melena. Outro
achado freqüente de hipertensão portal
avançada é a circulação
colateral visível no abdome. Decorre do aumento
do fluxo e dilatação das colaterais
que comunicam o sistema porta às veias cava
inferior e superior. A veia umbilical recanaliza-se
podendo apresentar-se sob um aspecto denominado
"cabeça de medusa". Quando atinge grande
calibre pode produzir um sopro característico
denominado Cruveilhier-Baumgarten.