Os
principais componentes celulares do parênquima hepático
são as células hepáticas propriamente
ditas (hepatócitos) que se dispõem organizadas
em lâminas separadas por sinusóides; células
endoteliais, localizadas nos sinusóides; células
de Kupffer localizadas na periferia dos sinusóides.
As células de Ito, lipócitos diferenciados
que produzem colágeno e tecido conectivo responsáveis
pela sustentação do parênquima, juntamente
com as células de defesa como as NK (natural killer)
e linfócitos citotóxicos, que também
formam o parênquima hepático.
À
microscopia de luz, o parênquima hepático
é constituído de unidades funcionais denominadas
de ácino ou estrutura acinar hepática (Fig.1).
Descrita em 1958 por Rappaport, a estrutura acinar é
formada pelos chamados espaços porta (Fig.2), trabéculas
de hepatócitos que são circundadas por capilares
sinusóides, os quais convergem para a veia centrolobular.
Os chamados "espaços-porta" são constituídos
por um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática,
um dúctulo biliar, vasos linfáticos e terminações
nervosas, associados a tecido conectivo.
Na unidade acinar, o sangue é direcionado dos espaços-porta,
passando por meio dos sinusóides que banham as
traves de hepatócitos, até a veia centro-lobular.
Devido às anastomoses entre o sistema portal e
arterial, nos capilares sinusóides o sangue venoso
e arterial se misturam. Posteriormente, o sangue é
drenado em direção à veia centro-lobular
que por fim busca as veias hepáticas. Os espaços
existentes entre o hepatócito e o endotélio
sinusoidal denominam-se espaços de Disse.
O
parênquima do ácino é dividido em
três zonas ou regiões: zona I - mais
próxima dos ramos portais; zona II - zona
intermediária; zona III - zona próxima
à veia centro-lobular.
Existem
algumas diferenças entre as zonas, sobretudo no
que diz respeito à funcionalidade dos hepatócitos.
Os hepatócitos da zona I recebem sangue
mais rico em oxigênio, sendo portanto mais resistentes
à hipoxia e têm maior capacidade de regeneração.
Já os da zona III que recebem nutrição
principalmente de vasos eferentes, pobres em oxigênio,
são mais susceptíveis à lesão
isquêmica. São funcionalmente distintos,
conferindo ao órgão uma heterogeneidade
funcional.
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Desenho
ilustrativo de um ácino hepático. (in
Laudanna A. A.- Gastroenterologia Clínica -
1990
baseado em microfotografia de fígado de rato
obtida por Rappaport, a. m. et al 1960) (transilumunação
385x) vht vênula hepática terminal vp
vênula portal terminal z1e z2 zonas mais proximalmente
banhadas pelo sangue. |
Lâmina
de fígado de rato Wistar
(he 40x) corte histológico evidenciando veia
centro lobular.
Observação Dra. Claudia P. Oliveira. |
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Lâmina
de fígado humano.
(masson 40x) evidencia: veia, artéria e dúctulos
biliares.
Observação Dr. Eduardo R. Cançado |