HIPERESPLENISMO
Prof.
Dr. A. A. Laudanna
(reedição eletrônica)
Hiperesplenismo
é um quadro em que, havendo esplenomegalia,
ocorre queda no número de elementos figurados
do sangue, em virtude do aumento do volume do baço.
O baço
aumentado e congestivo é condição
básica do conceito acima, mas não há
necessariamente relação entre o grau
desse aumento do baço e o hiperesplenismo.
Isso quer dizer que baços relativamente pouco
aumentados podem também ocasionar hiperesplenismo.
A queda
numérica dos elementos figurados do sangue
pode atingir todas as linhagens celulares (pancitopenia)
ou pode ser setorial. Se houver pancitopenia, haverá
queda de glóbulos vermelhos, de glóbulos
brancos (leucopenia) e de plaquetas (trombopenia).
PERGUNTAS
E RESPOSTAS
Leucopenia
e granulocitopenia podem ser predominantes?
Sim. A Leucopenia pode ser acentuada, abrangendo todos
os tipos de células brancas ou pode ser seletiva,
predominantemente ou quase exclusiva do setor neutrofílico,
por exemplo.
Como se
comporta a linhagem plaquetária?
As plaquetas estão comumente reduzidas em número,
permanecendo, na maioria das vezes, entre 50.000 a
140.000 por ml.
Há situações, entretanto, em
que a trombopenia é intensa, limitando ou impossibilitando
biópsias, tipo biópsia de fígado.
Nesses casos, existe o recurso de se realizar transfusão
de plaquetas.
Quais as
moléstias que mais freqüentemente causam hiperesplenismo?
Hipertensão portal por cirrose, por esquistossomose
mansônica, por trombose de veia porta ou veia
esplênica. Esplenomegalias de outras etiologias,
entretanto, ocasionam também o hiperesplenismo.
Como se
apresenta o mielograma?
Costuma mostrar celularidade aumentada, com hiperplasia
eritróide e mielóide. Os megacariócitos
estão normais ou pouco aumentados.
Além
da avaliação clínica, como podem
ser avaliadas as dimensões do baço de
modo não invasivo?
Através da ultra-sonografia pode-se avaliar
as dimensões do baço com boa acurácia.
Dois métodos são de importância:
medida do maior diâmetro do baço, tomando-se
por referência o maior eixo longitudinal do
rim esquerdo. A normalidade situa-se entre 11 e 12
cm.
Qual o
tratamento?
Geralmente, a situação é contornada
em função da doença de base.
Em casos especiais, devidamente estudados, pode-se
chegar à esplenectomia que reverte o quadro.
As causas
do hiperesplenismo são bem conhecidas?
Não. Essencialmente duas correntes interpretativas
são citadas na literatura: que o baço
produziria substâncias supressoras da proliferação
celular na medula; que o baço aumentado seqüestra
as células, como que exercendo uma função
fisiológica exagerada.
O que é
síndrome de Banti?
Pensou-se, após as descrições
de Banti (1898), que houvesse doença primária
do baço no hiperesplenismo.
Atualmente, embora ainda se fale na síndrome
de Banti, representa-se a mesma por hepatopatia crônica,
hipertensão portal, esplenomegalia e, com freqüência,
anemia, leucopenia ou pancitopenia.
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