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Bulário Fugesp - Dislipidemias


Estatinas
Farmacologia básica – As estatinas foram descobertas nas décadas de 70 e 80 e isoladas de fungos (Penicillium citrium e Penicillium brevicompactin) dos quais resultaram as estatinas. Essas substâncias bloqueiam a síntese do colesterol endógeno na etapa da biossíntese do mevalonato que é bloqueada pela enzima 3-Hidroxi-3-metilglutaril-CoA (HMG-CoA). As estatinas realizam o bloqueio dessa passagem e por isso são também denominadas inibidoras da reductase HMG-CoA. O colesterol endógeno é sintetizado por diversos tecidos e pelo fígado. Sua estrutura é semelhante a todos os esteróides, com os quais term vínculos bioquímicos. O fígado excreta também colesterol através da bile, quer como colesterol livre, quer em sais biliares, que se originam do colesterol. As principais estatinas, todas de estrutura química semelhante, são a Lovastatina, Sinvastatina, Pravastatina, Fluvastatina, Atorvastatina e a Cerivastatina. São metabolizadas pelo fígado onde exercem sua ação farmacológica. Após adminstração oral, 10 a 20% são excretados pela urina e o restante pelas fezes. Ligam-se a proteínas, podendo atravessar a placenta e a barreira hemato-encefálica. A meia vida de eliminação não é igual para todas, estando de modo geral compreendida entre 4 a 14 horas. A dose de equilíbrio terapêutico é ajustada nas primeiras 4 semanas. Além de baixarem os valores séricos de colesterol total, do LDL e de triglicérides, tendem a elevar o colesterol HDL. São utilizadas por via oral.
Dosagem – A dosagem depende do tipo de estatina utilizada, sendo as doses médias, apreciadas em conjunto, da ordem de 20 a 40mg/dia.
Indicações – Hipercolesterolemia. Dislipidemias. As indicações terapêuticas não dispensam cuidados dietéticos e exercícios físicos.
Contra Indicações, efeitos colaterais e interação medicamentosa – As estatinas de modo geral são bem toleradas com poucos efeitos adversos, permitindo, geralmente, que se alcance a sua utilidade terapêutica. Podem, entretanto, ter efeitos adversos importantes e interações medicamentosas. As repercussões para o fígado, como alterações das transaminases, são de regra discretas e reversíveis, mas pode ocorrer hepatite colestática. O efeito adverso mais temível são as miopatias, que compreendem desde dores musculares reversíveis a gravísssimos casos de rabdomiólise, que podem ser fatais. Nas miopatias a interação com ciclosporina, genfribozil, niacina e anti-fúngicos imidazólicos são importantes. A lovastatina, sinvastatina e atorvastatina são metabolizadas pelo sistema P450 do fígado através da isoenzima CYP3A4. As drogas que utilizam esse mesmo sistema interagem com essas estatinas, tais como a fluoxetina, cetoconazol, itraconazol, criprofloxacin, claritromicina, cimetidina, ciclosporina e outros. As estatinas podem interferir na ação da varfarina. Casos raros de rash cutâneo, manifestações alérgicas, manifestações gastrointestinais e insônia, são referidos. O controle dos efeitos adversos muscuclares se faz através do controle do CPK (creatino- fosfo-quinase). TGO, TGP, ¡GT, creatinina, colesterol e frações e triglicérides são acompanhados.
Denominação genérica - Estatinas.
Comercialização exemplificada – Lípitor (Pfizer), Citalor (Pfizer), Clinfar (Merck), Crestor (AstraZeneca), Sinvascor, (Baldacci), Lescol/Lescol XL (Novartis), Lipotex (Medley), Pravacol (Bristol-Meyers Squibb), Vaslip (Biolab Sanus), Prevencor - com associações (Medley), Zetsim – com associações (Schering-Plough).

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