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Revista de Gastroenterologia da Fugesp - ESOMEPRAZOL
Jul/Ago-2001

ESOMEPRAZOL


Dr. Antonio A. Laudanna


O omeprazol foi sintetizado em 1979, iniciando a era dos bloqueadores da bomba protônica, ou era dos PPIs (Proton Pump Inhibitors). A síntese do omeprazol foi precedida pela síntese do timoprazol que, embora iniba a secreção gástrica, não se mostrou adequado para uso clínico.

Os PPIs atuam nas células produtoras de ácido (célula parietal ou célula oxíntica) do estômago, em nível da chamada bomba protônica. Inibem a ATPase limitando a formação de ácido clorídrico. Pequenas modificações na estrutura química do omeprazol levaram à síntese de substâncias equivalentes e que constituem o grupo dos PPIs: omeprazol; pantoprazol; lanzoprazol e rabeprazol.

Os PPIs permitiram um controle altamente eficiente da acidez gástrica, modificando a história das doenças péptico-ulcerosas, história essa que ainda mais evoluiu com a descoberta do Helicobacter pylori em 1983.

Agora, a família dos PPIs ganha o esomeprazol.

O esomeprazol tem uma estrutura molecular correspondente à imagem em "espelho" do omeprazol. As úlceras pépticas alcançaram possibilidade efetiva de cura, inclusive a síndrome de Zolinger-Ellison passou a ter recurso terapêutico de real eficácia.

No caso de úlcera péptica associada ao Helicobacter pylori, tratamentos de 10 dias em que se utiliza esomeprazol mais 2 antibióticos alcançam cicatrização completa no máximo em 30 dias.

A doença do refluxo gastroesofágico (GERD) tem crescido em prevalência e em complicações: alcançou a área da pneumologia, da otorrinolaringologia e até mesmo se faz importante em diagnósticos diferenciais entre cardiologia e gastroenterologia.

Em otorrinolaringologia, laringites e faringites "químicas", reincidentes, agudas e crônicas, passaram a ser entendidas e adequadamente tratadas. Publicações recentes têm mostrado alta eficácia do esomeprazol no tratamento do refluxo gastroesofágico (GERD).

Os PPIs e seu último representante, o esomeprazol, são bem tolerados, podendo ocorrer intolerância tipo diarréia e dores de cabeça.

Como dissemos acima, o esomeprazol é isômero em "espelho" do omeprazol, é empregado na dose de 40 mg ao dia, concentração essa, aliás, com que é apresentado no mercado. Estudos sobre as doenças pépticas e sobre refluxos são extensas na literatura, com publicações em nível das melhores revistas internacionais, a serem citadas: Gastroenterology, New England Journal of Medicine, Scandinavian Journal Gastroenterology, British Medical Journal, Digestion, Gut, Alimentary Pharmacology and Therapeutics, American Journal of Gastroenterology e em outros periódicos de elevado padrão.

As observações no homem estão absolutamente sólidas e atestam o esomeprazol como medicamento altamente eficaz e seguro. É um forte recurso clínico terapêutico entre os PPIs.

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