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 Relativo ao Programa Apresentado em 18/12/2006 na Tv Cultura (Câncer do estômago)
RELATIVO AO PROGRAMA APRESENTADO EM 18/12/2006 NA TV CULTURA (CÂNCER DO ESTÔMAGO)
 

Prof. Joaquim Jos Gama Rodrigues

Prof. AA Laudanna

Dra. Esther Laudanna

Prof. Joaquim José Gama Rodrigues

Prof. AA Laudanna

Dra. Esther Laudanna

 
 
Câncer do estômago

O câncer de estômago é freqüente entre os cânceres do aparelho digestivo, acompanhando de perto o câncer de cólon, que é ainda mais freqüente. Atinge mais os homens, sendo que 2/3 dos acometidos por câncer de estômago são do sexo masculino, restando 1/3 para o sexo feminino. O câncer de estômago é geralmente o que os médicos classificam de adenocarcinoma, os quais representam mais de 90% de tumores malignos do estômago. Existem também os linfomas, relativamente freqüentes e outros tumores malignos do estômago, mais raros. Há alta prevalência de câncer de estômago no Japão e no Chile. Por essa razão comentou o Prof. Gama, se desenvolveram no Japão, técnicas de diagnóstico precoce, precocidade essa de diagnóstico, absolutamente decisiva para o sucesso do tratamento e possibilidade de cura. O Prof. Laudanna comentou que a sintomatologia é de tal forma insidiosa, que pode ser tomada por dispepsia simples, o que aumenta o risco de diagnóstico tardio e muitas vezes ineficaz. Digestões difíceis que não haviam, emagrecimento não explicado, alguma anemia branda, sobretudo nos homens após os 50 anos, são sintomas que devem alertar o paciente e o médico. A perda de apetite é comum e também insidiosa; sangramentos francos, inclusive representados por vômitos de sangue ou por perda de sangue escurecido pelas fezes, também podem denunciar um câncer. Fatores que favorecem a doença foram apontados pela Dra. Esther que se reportou aos alimentos defumados, alimentos inadequadamente refrigerados, além do próprio tabagismo, sobretudo se associado ao álcool. Frisou a importância do consumo de frutas cítricas e de legumes como fatores de proteção. Existem condições ligadas ao trabalho, como exposição ao chumbo, que podem favorecer o câncer de estômago. Os fatores genéticos estão freqüentemente presentes. O Prof. Laudanna comentou que desde 1983 passou-se a ser conhecida uma bactéria que pode colonizar o estômago, denominada Helicobacter pylori que causa úlceras e também pode causar câncer. O H. pylori é considerado uma bactéria cancerígena. Certos tipos de gastrite, porque as gastrites não são todas iguais, também podem favorecer o câncer de estômago, como as chamadas gastrites atróficas que são especialmente supervisionadas pelos médicos. As gastrites e úlceras causadas pelo H. pylori são tratadas pela erradicação medicamentosa dessa bactéria, o que cura a úlcera, a gastrite e previne o câncer gástrico.

O diagnóstico e o tratamento

O Prof. Gama apontou a importância da endoscopia “alta” (endoscopia esôfago-gastroesofágica), como recurso mais eficiente para o diagnóstico. Por vezes em situações precoces, é possível realizar-se a retirada endoscópica da mucosa infiltrada pelo tumor, o que se denomina mucosectomia, amplamente praticada no Japão e também no Brasil. Disse ainda o Prof. Gama que, não havendo possibilidade de solução endoscópica, o cirurgião experiente pratica de pronto a retirada parcial ou total do estômago, procurando salvar o doente, o que é muitas vezes possível e tanto mais possível quanto mais precoce o diagnóstico. Reforçou a noção de não se retardar a consulta ao médico, quando sintomas inespecíficos, como apontados pelo Prof. Laudanna sejam já manifestações do próprio câncer gástrico. O procedimento cirúrgico, mesmo que requeira retirada completa do estômago, deve ser realizado, se possível. Há situações, mais favoráveis, em que apenas 2/3 do estômago são seccionados e retirados.

Gastrites, dispepsias e câncer

A Dra. Esther em complementação referiu-se aos anti-oxidantes tipos vitaminas A,D, E, C, particularmente à vitamina C como fator de proteção da mucosa gástrica. Alimentação rica nessas vitaminas são importantes anti-oxidantes. Esse efeito de proteção alcança o DNA, que a vitamina C protege em relação aos fatores oxidantes. O Prof. Laudanna comentou que os termos dispepsias e gastrites, muitas vezes representados por sintomas semelhantes, não deve atrasar o paciente para que procure o médico, nem confundir o médico no diagnóstico do que seja gastrite, dispepsia ou câncer. Os linfomas são passíveis algumas vezes, de tratamento quimioterápico, em concomitância à eliminação do H. pylori. Certo número de linfomas podem ser curados pela erradicação do H. pylori e quimioterapia sem retirada cirúrgica do estômago.
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