Prof. Wilson Cossermelli	Prof. AA Laudanna	Dra. Esther Laudanna

 

A coluna vertebral é formada pela sobreposição das vértebras, sendo que entre uma vértebra e outra estão os chamados discos intervertebrais. O corpo vertebral é ósseo e os discos são fibro-cartilagonosos, comentou o Prof. Laudanna. De ambos os lados da coluna saem os nervos, que vão se distribuir pelo corpo. Os nervos se originam da medula espinhal que se situa no canal vertebral, espécie de arco que existe na face posterior de cada vértebra. A coluna vertebral é sustentada por músculos, sendo que as alterações da coluna, as contraturas musculares, as compressões dos nervos (hérnia de disco), entre outras causas, são fatores que promovem dor de coluna, por vezes com irradiação para os membros inferiores ou para os braços. A região do pescoço é denominada região cervical; na altura do tórax está a coluna dorsal e na região lombar situa-se o segmento lombar da coluna. Com o envelhecimento, alíás a partir dos 40 anos, formam-se uma espécie de espessamentos ósseos em “bico” popularmente denominados “bicos de papagaio”. As vértebras formam articulações entre si, articulações essas que podem ser também sede de inflamações, de artrites da coluna, chamadas espondilites. Existem defeitos congênitos e hereditários da coluna vertebral. As dores de causa vertebral são freqüentes e quando localizadas na região lombar, a população denomina de “dor nos rins” quando geralmente o que está doendo não é o rim, mas a coluna.

O Prof. Wilson Cossermelli, ilustre convidado do dia, comentou que o homem, por ter atingido a postura de pé, diferentemente dos animais, passou a ter uma sobrecarga sobre a coluna vertebral. Na coluna podem ocorrer desvios do seu alinhamento, geralmente de causa congênito-hereditária. Esses desvios, sobrecarregando a musculatura de sustentação, promovem dor. As principais modificações de alinhamento são as escolioses ou desvios laterais do eixo da coluna; os arqueamentos antero-posteriores em relação ao corpo são chamadas de cifoses ou lordoses. A tendência à corcunda é uma cifose dorsal. Fraturas, hérnias de disco, espondilites (inflamações) e tumores são causas de dor na coluna. Acentou ta´mbem a importância da osteroporose que favorece males da coluna e mesmo fraturas. Este assunto foi tema de outro programa. Em termos de prevenção comentou ainda o Prof. Cossermelli, é preciso procurar uma postura adequada, pois alterações posturais, esforços desproporcionados e sem apoio podem desencadear males da coluna. É fundamental o exercício, a marcha, podendo ser por vezes, necessária assistência fisioterápica. Andar e nadar são exemplos de bom exercício, bem como todos os exercícios que fortaleçam a musculatura lombar para-vertebral. O diagnóstico dos males da coluna é feito pela história do doente, pelo exame físico cuidadoso, pelo RX e hoje por métodos mais precisos, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

A Dra. Esther Laudanna comentou a fragilidade dos ossos do bebê e as condições congênito-hereditárias que devem ser reconhecidas e tratadas tão cedo quanto possível. Comentou que existem defeitos congênitos do quadril, como a luxação congênita do quadril; pés tortos congênitos, alterações no alinhamento das pernas e nos joelhos, acompanhados ou não de desvios na coluna, devem chamar a atenção do médico. Os exercícios são igualmente importantes na criança, e lembrou os proveitos de andar de bicicleta, pular corda e etc. Chamou a atenção também para o peso das mochilas escolares e os tipos de sapatos usados, procurando-se sempre proteger a coluna vertebral da criança. É comum, que as malas escolares sejam agora puxadas por sistema de rodinhas. A manutenção da saúde dos ossos e da coluna vertebral requer, além de exercícios, a exposição ao sol matinal, a boa alimentação e a suplementação de alimentos ricos em cálcio.