Prof. Emil Sabbaga	Prof. AA Laudanna	Dra. Esther Laudanna

 

 
Hipertensão arterial

A hipertensão arterial é a pressão do sangue aumentada na parede de nossas artérias. O sangue assim como a água que corre nas mangueiras de jardim, explicou o Prof. Laudanna, promove uma pressão, uma força, contra a parede da artéria, assim como a água exerce uma força contra a parede da mangueira, que pode até arrebentar. A hipertensão tem causas diversas, entre as principais estão a hipertensão essencial, as hipertensões secundárias e a própria gravidez. Os valores médios normais da pressão arterial, em 80% da população sadia, é da ordem de 120mm de mercúrio x 80 ou 70mm de mercúrio. A primeira medida é a pressão máxima ou sistólica e a segunda é a pressão diastólica, explicou o Prof. Emil Sabbaga, convidado do dia. Disse ainda que quando a pressão está elevada, o indivíduo é hipertenso, sendo que 15% da população é hipertensa, enquanto que apenas 5% correspondem aos chamados hipotensos ou de pressão baixa em relação aos valores médios. A hipertensão tem fatores que favorecem e aumentam o seu risco disse o Prof. Laudanna, citando a obesidade, os anticoncepcionais, o alcoolismo e talvez o tabagismo. Acentuou que o uso de anticoncepcionais em hipertensas pode ser perigoso, pois não apenas o anticoncepcional favorece a hipertensão, como pode ocasionar tromboses de todas as gravidades. A criança também pode ser acometida de hipertensão arterial, acrescentou a Dra. Esther Laudanna.

As hipertensões são denominadas essencial e secundárias. A causa da hipertensão essencial realmente não se conhece ainda. Entre as hipertensões secundárias estão as causas renais, as decorrentes dos distúrbios hormonais, como da glândula suprarrenal e a própria gravidez. O rim é atingido pela hipertensão, havendo doenças renais graves cuja causa primária é a hipertensão suportada pelos rins durantes longos anos, como sucede na nefroesclerose. Assim sendo, o rim pode ser atingido pela hipertensão e pode ser causa da hipertensão, pois as doenças renais primárias, isto é, que começaram nos rins, são causas de hipertensão freqüentemente. O coração não é causa primária, disse o Prof. Emil Sabbaga, mas sofre, assiduamente os efeitos da hipertensão e então se torna doente: aumenta de volume pelo esforço, até o limite de sua capacidade, chegando à insuficiência. O aumento do coração acaba ocasionando prejuízo da circulação do próprio coração, favorecendo a angina e o próprio infarto. Atualmente o ecocardiograma permite a medida das paredes do coração, mostrando numericamente quanto essa parede aumentou de tamanho por causa da hipertensão. Três órgãos são essencialmente ameaçados pela hipertensão: o cérebro, com tromboses, isquemias e aneurismas, o coração como já foi comentado e os rins como já se disse. Explicou ainda o Prof. Emil Sabbaga que a eclâmpsia é uma doença hipertensiva da gravidez, especialmente da primeira gravidez, manifestando-se entre o quarto e o sétimo mês de gravidez. É a fase final da chamada toxemia gravídica cuja causa permaneceu desconhecida até recentemente, sabendo-se hoje que se deve a um hormônio da placenta, que pode promover hipertensão. Essa toxemia chega a ocasionar convulsões, como no epilético e o quadro recebe o nome de eclâmpsia, explicou o Prof. Emil Sabbaga. Quanto ao tratamento da hipertensão em geral, disse o Prof. Emil, que só é hipertenso hoje quem quer, pois os medicamentos são eficientes e mantém o indivíduo como que curado, com pressão normal, sem os riscos da hipertensão, desde que se mantenha em tratamento, tome os remédios certos e siga o médico. A hipertensão é geralmente assintomática, não dando sintomas e sinais, apesar do potencial de risco que tem. No mais das vezes é encontrada por acaso. Nas fazes mais adiantadas pode ocasionar sintomas como tontura e dor de cabeça.

A criança pode sofrer hipertensão. São exemplos a glomérulo-nefrite difusa aguda, que compromete as crianças, e a coartação da aorta, defeito congênito que também causa hipertensão, comentou a Dra. Esther. O Prof. Laudanna disse que a hipertensão pode aparecer ao longo da vida e, geralmente, a hipertensão essencial apresenta-se por volta dos 50 anos, com prevalência ao redor de 60 anos. Há tendência hereditária à hipertensão. A Dra. Esther comentou que na menopausa, por vezes, surge hipertensão e citou que o uso excessivo de sal favorece a hipertensão, sendo necessário, freqüentemente, restringir o uso do sal.