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 Juramento de Hipócrates

MEDICINA E CULTURA  - 20/07/2011

 
 
                             
                                                     Hipócrates (Fonte Google)
 
Juramento de Hipócrates

Hipócrates é o Pai da Medicina. Nasceu na Grécia, na ilha de Cós, 450 anos antes de Cristo.

A ilha de Cós, de 282 km2, é o berço da ciência médica.
A medicina, por força de sua complexidade e do mistério da própria vida, esteve sempre na esfera dos “deuses” das mágicas e  sortilégios. Recuada para à história antiga, está na mitologia, tais como na mitologia grega e romana. Homens, fatos, imaginação e lendas, misturaram-se até as mitologias, de modo que deuses gregos são identificados a deuses egípcios, bem como deuses romanos identificam-se com deuses gregos. Assim é que deuses e deusas egípcias, como Serápis, Isis, Osiris e Thoth  correspondem  a deuses gregos, respectivamente Apolo, Minerva, Hermes, Orfeu e Asclépio.
 
Asclépio é o deus Esculápio dos romanos. O deus Apolo e Coronis são os pais de Asclépio.
 
No século passado foram identificadas ruinas de templos a Asclépio. O saudoso Prof. Carlos da Silva Lacaz, que foi professor de Microbiologia da Fac. De Medicina da USP, homem de letras e criador do Museu de História da Medicina da Faculdade de Medicina da USP, inaugurou um monumento estatuário representando Asclépio, que se situa de face com a porta de entrada  do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Hipócrates trouxe a medicina para o campo da ciência, edificando a ciência médica e configurando o próprio médico, seus deveres profissionais e morais, colocando o médico  como representante de uma ciência que nasce com o dever de conhecimento concreto e com deveres morais, não descuidando também dos direitos dos médicos, inclusive quanto a ressarcimento econômico,  pondo sempre a medicina e o médico acima da moeda, que não pode dispensar para viver, mas nunca, por ela, abandonará seu verdadeiro paciente.
Ensinou a observar o paciente, lançando as bases do diagnóstico, do tratamento, seja clínico ou cirúrgico. Descreveu doenças, febres e outros males, com  precisão  de quem semeava a medicina científica, que seguimos, quanto ao modo de pensar, até hoje. Conceituou epidemias e endemias.
Praticamente todas as Faculdades de Medicina, submetem seus novos médicos ao juramento de Hipócrates. A  coleção de obras de Hipócrates, representada aproximadamente por 60 volumes, tem a característica de Escola Médica que doou ao pensamento humano. Há discussões históricas que acreditam não ter, ele mesmo, escrito todas as obras, não havendo dúvida, entretanto, de que sejam fruto da escola hipocrática.
Transcrevo abaixo, de Flamíneo Fávero, o Juramento de Hipócrates dos médicos que se formam:
“Juro por Apolo, médico, por Asclepius, Hygéa  e Panacéia e como testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, conforme o meu poder  e a minha razão, o juramento cujo texto é este:  Estimarei como a meus  próprios pais quem me ensinou esta arte e com ele farei vida em comum e, se tiver alguma necessidade partilhará  dos meus bens: cuidarei de seus filhos como meus próprios irmãos, ensinando-lhes esta arte, se tiverem  necessidade de aprendê-la, sem salário nem promessa escrita: farei participar dos preceitos, das lições e de todo o restante do ensinamento, os meus filhos, os filhos do mestre que me instruiu, os discípulos inscritos e arrolados de acordo com as regras da profissão, mas apenas esses.Aplicarei os regimes para o bem dos doentes, segundo o meu saber e a minha razão e nunca para prejudicar  ou fazer mal a quem que seja. A ninguém darei, para agradar, remédio mortal nem conselho que o conduza à destruição. Também não fornecerei  a uma senhora pressário abortivo. Conservarei puras minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, ainda que seja em calculoso (manifesto), mas deixarei essa operação  para os práticos. Na casa onde eu for, entrarei apenas para o bem do doente, abstendo-me de qualquer mal voluntário, de toda sedução e, sobretudo, dos prazeres do amor com mulheres  ou com homens, sejam livres ou escravos: o que, no exercício ou fora do exercício e no comércio da vida eu vir ou ouvir, que não seja necessário revelar, conservarei como segredo. Se cumprir este juramento  com fidelidade, goze eu minha vida e minha arte com boa reputação  entre os homens, e para sempre: mas, se dele me afastar ou violá-lo, suceda-me o contrário.“
 
Eis um juramento que é um verdadeiro tratado de moral profissional!
 
É natural que resista aos séculos.
Na crise da medicina atual, quer por cultura, quer por ação, convém  que os não médicos e com alguma responsabilidade pelo bem da sociedade, amparem o médico, para que possa cumprir dignamente sua profissão, caso contrario estarão contribuindo  para abalar o profissional, que não se cansa, seja dia ou noite e que nunca pode se afastar do estudo.  Se assim não o fizerem estarão agindo contra si mesmos e contra o bem social.
                                                                                   Antonio A. Laudanna

 

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