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Jornal de Gastroenterologia

FÍGADO

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I - PERSPECTIVAS ATUAIS NO TRATAMENTO DA HEPATITE B

A hepatite B foi descrita por Blumberg B. S. , em 1964, na Autrália.

O vírus B é um D.N.A. vírus.

Ao microscópio eletrônico mostra-se em formas tubulares e esféricas. As partículas esféricas, por vezes, apresentam centro mais claro e, nesta configuração, são denominadas partículas de Dane. O vírus da hepatite B (V.H.B.) tem um diâmetro da ordem de 42 nm, tendo diversos antígenos que normalmente, no homem infectado, desenvolvem seus anticorpos, detectáveis no soro e que muito interessam à Clínica.

Os principais são:

HBsAg - antígeno de superfície do V.H.B.
HBeAg - antígeno "e" do V.H.B.
HBcAg - antígeno "c"ou "core" do V.H.B.

Contra todos esses antígenos, no indivíduo com boas condições imunológicas, desenvolvem-se os anticorpos, os quais promovem a eliminação do antígeno correspondente.

Principais anticorpos:

anti-HBsAg - anticorpo contra o HBsAg
anti-HBeAg - anticorpo contra o HBeAg
anti-HBcAg - anticorpo contra o HBcAg

TRANSMISSÃO

A transmissão faz-se por sangue, soro, seringas e agulhas contaminadas; também é transmitido por via sexual. Além da contaminação acidental, existe alta incidência de contaminação entre os homossexuais, nos usuários de "drogas" injetáveis, e nas unidades de transplante renal.

O médico, que se expõe, além de todos os cuidados que deve ter em seus procedimentos, deve também ser vacinado. O mesmo se diga para enfermeiras(os), auxiliares de enfermagem, dentistas, laboratoristas, entre outros.

ALGUNS ASPECTOS DO ANDAMENTO DA MOLÉSTIA

Essa publicação não pretende descrever o quadro clínico, variantes da evolução, etc..., mas, apenas, acentuar certos aspectos:

  • Caminho da cura, o indivíduo em bom estado imunológico que se contamina pelo vírus da hepatite B, caminha para a cura em mais de 90% dos casos.
  • A doença pode cronificar-se. Nestes casos, desenvolve-se a hepatite crônica ativa, com necrose em "saca bocado" e infiltrado linfo-mono-nuclear.

  • Aspecto ultra-sonográfico de paciente portador de
    hepatopatia crônica pelo vírus B que desenvolveu ascite.

  • A doença caminha para cirrose. É o trajeto da hepatite crônica pelo vírus B, caso não se consiga interrompê-la.
  • O vírus B é agente de câncer primário de fígado, (hepatoma, hepatocarcinoma). A carcinogênese pode ocorrer em qualquer fase da hepatopatia, seja no período inicial seja no período de cirrotização, embora seja mais frequente na fase cirrótica.
  • Portador "são", é a condição do indivíduo em que o D.N.A. do vírus incorporou-se ao D.N.A. do hospedeiro, sem manifestação clínico-laboratorial de hepatite. Tais pessoas, contudo, são contaminantes e sujeitas ao câncer de fígado.

ALGUNS ASPECTOS DO ANDAMENTO DO
TRATAMENTO DA HEPATITE B

  • Interferon alfa. Quando indicado, é utilizado nas doses de 5 a 10 milhões de unidades, 3 vezes por semana, entre 4 a 6 meses. As respostas favoráveis oscilam entre 20 a 40%.
  • Imunomoduladores. Encontram-se em fase de experimentação controlada. Ficam citados a interleucina 2 (IL2), a interleucina 12 (IL12) e o fator de necrose tumoral (TNF).
    As pesquisas estão perseguindo esses mecanismos com resultados positivos , porém ainda sem definição para a prática clínica.
  • Análogos da purina e da pirimidina. São componentes dos ácidos nucleicos, inclusive dos ácidos nucleicos do DNA e RNA do vírus B. Essa é a razão de surgirem medicamentos "análogos" à purina e pirimidina, visando-se bloquear a proliferação viral e o extermínio do vírus.
    Entre análogos da purina fica lembrado o FANciclovir ou Penciclovir, administráveis por via oral, e que se têm mostrado ativos "in vitro".
Atuam na replicação viral via polimerase do vírus:

Como análogo da pirimidina, citamos a Lamivudina, também usada no tratamento da AIDS, por via oral. Ensaios clínicos, na dose de 100 mg/dia a 300 mg/dia, por 12 semanas, mostrou supressão do DNA do vírus B em pacientes contaminados. A combinação de drogas parece projetar-se em perpectivas promissoras.

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